A polinização é uma das ações mais importantes feitas pelas abelhas em benefício da agricultura em todo o mundo. Sem a polinização algumas espécies de plantas não se reproduziriam facilmente. O pólen de algumas plantas não seria transportado para o estigma de outras plantas ao encontro do ovário, desse modo, não realizariam a fertilização.
A importância das abelhas é fundamental para a biodiversidade e favorecimento da proliferação do pólen de plantas que dependem da ação das abelhas polinizadoras.
Extinção das Abelhas?
Se um dia as abelhas desaparecerem por completo da face da Terra, o impacto seria maior do que se imagina. Alguns alimentos que são consumidos atualmente também desapareceriam junto das abelhas e o preço de alguns alimentos dependentes da polinização também aumentaria devido à baixa colheita. Entre esses produtos, destacam-se frutas, verduras, mel, geléia real, pólen, cera e própolis.
Um dos maiores assassinos para as abelhas são os pesticidas administrados pelos agricultores. Esses agrotóxicos estão matando milhares de abelhas no mundo todo.
Agrotóxicos pesticidas neonicotinoides como imidacloprido são extremamente agressivos para os insetos. Foi comprovado que esses pesticidas são capazes de fazer com que as abelhas percam o aprendizado de obter comida.
Em 2019, um estudo realizado em Santa Catarina apontou o inseticida fipronil sendo a principal causa da morte de mais de 50 milhões de abelhas no Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina. Essa mesma substância foi proibida nos países Vietnã, Uruguai e África do Sul.
Vida das Abelhas
Cerca de 66% da polinização das plantas é feito pelas abelhas. As criaturinhas minúsculas vivem em colmeias construídas com favos de cera dispostos em paralelo, formadas por células hexagonais chamadas de alvéolos.
Em uma colmeia, as abelhas operárias (fêmeas estéreis) saem diariamente para buscar néctar, pólen, água e resina, que servem de alimento para toda a colônia. Cada colmeia possui apenas uma abelha rainha. Quando duas rainhas nascem ao mesmo tempo, elas lutam até que apenas uma sobreviva. Os zangões (abelhas macho) têm como único objetivo fecundar a rainha. Após a cópula, o zangão morre imediatamente. Já os zangões que não fecundam são expulsos da colmeia em épocas de escassez e acabam morrendo, pois não conseguem se alimentar sozinhos.
Quando as abelhas fêmeas encontram alimentos fora da colônia, elas retornam à colmeia e realizam movimentos específicos conhecidos como dança das abelhas.
O etologista alemão Karl von Frisch estudou esse comportamento, monitorando as abelhas de perto.
Em seus experimentos com soluções açucaradas, ele marcou algumas abelhas com tinta para observá-las individualmente. Von Frisch percebeu que as abelhas que encontravam alimento executavam uma dança específica ao retornar, indicando a direção e a distância da fonte de alimento. Outras abelhas, ao observar a dança, eram capazes de voar diretamente até o alimento.
Ele chamou esse comportamento de dança das abelhas, devido aos movimentos rítmicos que lembravam uma dança.
Abelhas-Robô Polinizadoras
Dizem que as abelhas-robô são as “abelhas do futuro”. A tecnologia atual tenta auxiliar a polinização diante do declínio das abelhas reais. Parece até um episódio de Black Mirror — como em Hated in the Nation, onde pequenos drones poderiam ser usados para vigilância.
Inicialmente, os robôs foram pensados para polinizar flores em Marte, mas agora também são testados na Terra. Embora prometam ajudar a polinização, eles não substituem as abelhas reais, que continuam essenciais para nossos ecossistemas.
Em uma era em que as abelhas naturais correm risco de extinção, talvez nunca mais sentiremos a picada de um ferrão. Mas junto com essa ausência, o impacto ecológico e social de perder esses importantes polinizadores é imenso. E a ficção nos lembra: tecnologias pequenas podem trazer consequências grandes, inclusive éticas e de vigilância.
